O ano de 2023 começou confirmando uma tendência já apresentada desde o final de 2022, com uma série de grandes cortes de funcionários em empresas gigantes do setor de tecnologia – as chamadas Big Techs.

O cenário tem preocupado o segmento e gerado dúvidas sobre os motivos para esta possível “crise”. Para entender a situação do momento, o Detetive TudoCelular separou os principais pontos desses casos.

Quais empresas fizeram cortes?



A lista de empresas que realizaram cortes neste começo de ano inclui nomes entre as chamadas Big Techs. Falamos aqui de Amazon, Microsoft e Google. A varejista abriu a lista para este ano, com o anúncio de demissão de mais de 18 mil funcionários em 2023. As mudanças na companhia iniciaram em novembro de 2022, mas a previsão de dispensa para este ano aumentou em 8 mil, em relação à previsão até então.

A gigante de Redmond é outra que terá cinco dígitos a menos de trabalhadores até o mês de março. 10 mil funcionários da empresa fundada por Bill Gates serão despedidos, o que equivale a 5% da força total de trabalho. Esse número surge após a saída de aproximadamente mil pessoas, em outubro de 2022.

No caso do Google, serão 12 mil funcionários a menos, espalhados por todos os escritórios da empresa no mundo – inclusive no Brasil. Esse número representa algo acima de 6% do quadro global atual da gigante de Mountain View.

A Salesforce é outra entre as gigantes do setor que tem efetuado demissões em massa. Cerca de 10% da sua folha salarial – algo em torno de 7 mil pessoas – serão desligadas da companhia, em um processo previsto para terminar até o final de 2024.

Cenrio no Brasil



A nível nacional, as empresas também não se pouparam de despedir seus empregados. A PagBank PagSeguro foi a primeira do ano, com uma demissão de 7% do quadro de empregados, o que somou aproximadamente 481 indivíduos.

Considerada um unicórnio – empresa que vale mais de US$ 1 bilhão –, a startup de soluções de identidade digital IDtech também diminuiu a sua força de trabalho, com um corte de mais de 100 pessoas, o que equivale a 10,5% do total.

Outra na relação é a Pier. A startup voltada a seguros cortou 100 trabalhadores, de setores como tecnologia, atendimento, marketing e recrutamento. O número representa algo em torno de 39% do quadro de funcionários.

Motivos para demisses



Por mais que muitas pessoas vinculem essas demissões à situações políticas no cenário nacional indevidamente, esses cortes não são relacionados com qualquer situação do Governo Federal – até porque estão sendo vistos a nível global. Então, quais são os motivos?

Entre as causas para tantas demissões, uma delas envolve a pandemia do novo coronavírus. A necessidade de isolamento social nos primeiros meses gerou um “boom” no uso da tecnologia, o que obrigou as empresas a contratarem mais pessoas para que dessem conta de toda a demanda adicional.

Há mais fatores que influenciaram nas decisões de cortes dos últimos meses. A guerra entre Rússia e Ucrânia entra na lista. O conflito tem gerado incertezas na economia mundial, principalmente por não existir qualquer previsão de trégua entre os países.

O aumento da inflação global neste momento de maior tranquilidade na pandemia também gera impactos e a necessidade de uma reorganização das empresas, a fim de mitigar eventuais reduções na arrecadação.


Google faz demisso em massa e corta 12 mil funcionrios globalmente


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Demisses no setor de tecnologia na primeira semana de 2023 superam dezembro de 2022


Economia e mercado
07 Jan

Pressão de investidores

Apesar de a justificativa oficial seja por motivos “orgânicos” do mercado, há quem pense que pressões de investidores tenham causado tamanhas demissões. Isso porque com uma folha salarial menor, a tendência é que haja mais lucros para quem detém partes da companhia.

Um dos exemplos aconteceu por meio da TCI Fund, uma fundação criada para investimentos no setor, emitiu um comunicado no último dia 20 de janeiro para sugerir ainda mais demissões no Google.

Direcionado ao CEO da Alphabet, Sandar Pichai, a nota entende que deveria existir uma redução total no quadro de funcionários de 20%, mais do que o dobro do previsto pela empresa.

Os investidores ainda acrescentam que os salários são muito altos, na média, e a queda na competição da indústria permitiria reduzir a compensação por empregado.

E o futuro?



Segundo fontes do setor, a tendência é que o cenário não ganhe um otimismo nos próximos meses. Existe uma probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos em 65% nos próximos 12 meses, conforme dizem estimativas. Já os principais economistas do grupo financeiro Goldman Sachs, David Mericle e Alec Phillips, entendem que o risco é menor do que o divulgado.

O especialista em inovação digital e CCO da TRIO, Luciano Mathias, esses desligamentos em massa “é um prenúncio de dificuldade para esse ano”.

Por outro lado, um levantamento da Gartner indica um total de US$ 4,5 trilhões em investimentos globais no setor de tecnologia ao longo de 2023 – o equivalente a um aumento de 2,4% em relação ao ano passado.

A tendência, segundo o estudo, é que os gastos corporativos em TI sigam fortes, mesmo com a inflação e os demais fatores mencionados acima.

Qual é a sua avaliação sobre as demissões em massa no setor de tecnologia neste começo de 2023? O que você espera para o futuro da área? Participe conosco!

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